Riscos da Biocarga em Ambientes Hospitalares: O Que é e Como Controlar

A biocarga é um termo técnico que define a quantidade de microrganismos vivos presentes em uma superfície, equipamento ou ambiente antes da aplicação de qualquer processo de desinfecção ou esterilização. No contexto hospitalar, entender e controlar a biocarga é essencial para garantir a segurança dos pacientes, a integridade das equipes de saúde e a conformidade com os protocolos sanitários vigentes.

Por que a Biocarga é um Risco em Hospitais?

Ambientes de assistência à saúde — como UTIs, centros cirúrgicos, pronto-atendimentos e enfermarias — concentram pessoas em situações de vulnerabilidade imunológica. A presença de microrganismos patogênicos em superfícies frequentemente tocadas pode facilmente resultar em infecções cruzadas, que, por sua vez, elevam o tempo de internação, aumentam custos hospitalares e colocam vidas em risco.

Entre as superfícies mais críticas para acúmulo de biocarga estão:

  • Grades de leito e mesas de cabeceira;

  • Botões de campainha e interruptores;

  • Maçanetas, torneiras e puxadores;

  • Equipamentos médicos reutilizáveis;

  • Balcões e carrinhos de medicação.

Mesmo após limpezas superficiais, essas áreas podem manter altas concentrações de bactérias, vírus e fungos, especialmente se o processo de higienização não for técnico, padronizado e validado.

Como a Biocarga é Avaliada?

A avaliação da biocarga pode ser feita por diversas metodologias laboratoriais, sendo as mais comuns:

  • Placas de contato (Rodac plates): utilizadas diretamente sobre superfícies para detectar crescimento de colônias.

  • Swabs com meio de cultura: amostras coletadas e incubadas para identificação posterior.

  • Testes de ATP (Trifosfato de Adenosina): medem o nível de matéria orgânica residual por bioluminescência, com resultados imediatos.

Alguns hospitais trabalham com padrões próprios de aceitação, como por exemplo até 5 UFC/cm² (Unidades Formadoras de Colônia) em áreas críticas. Acima disso, é necessário reaplicar os protocolos de limpeza.

Estratégias para o Controle da Biocarga

Controlar a biocarga é uma ação contínua e estratégica, que exige mais do que apenas bons produtos. Abaixo, os quatro pilares principais para uma gestão eficaz:

1. Produtos Profissionais e Eficazes

Utilize desinfetantes hospitalares de amplo espectro, com formulações tecnológicas como quaternários de amônio de 5ª geração ou biguanidas. É essencial garantir que o produto esteja registrado na ANVISA, com eficácia comprovada contra microrganismos como MRSA, E. coli, Salmonella e vírus respiratórios.

2. Treinamento Frequente das Equipes de Higiene

A equipe de limpeza precisa ser constantemente capacitada para aplicar corretamente os protocolos, respeitando diluições, tempos de contato, rotinas de substituição de panos, e uso correto dos EPIs.

3. Procedimentos Padronizados (POPs)

Os Procedimentos Operacionais Padrão devem estar documentados, atualizados e acessíveis à equipe. Devem prever:

  • Frequência de limpeza por tipo de área;

  • Técnica correta (método unidirecional, uso de cores para panos);

  • Registro das execuções realizadas.

4. Monitoramento e Auditoria Técnica

Além dos testes de ATP ou coleta microbiológica, auditorias técnicas ajudam a validar se o procedimento foi executado corretamente, e não apenas registrado. Esse controle é fundamental para manter um ciclo de melhoria contínua.

Biocarga Alta = Risco de Infecção Hospitalar

O controle da biocarga é mais do que uma exigência sanitária: é um indicador direto da qualidade assistencial prestada. Hospitais que investem em tecnologia, capacitação e protocolos claros reduzem significativamente a incidência de IRAS (Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde) e melhoram os indicadores clínicos e operacionais.

Conclusão

Manter ambientes hospitalares seguros exige controle rigoroso da biocarga. Isso depende da escolha certa de produtos, treinamentos regulares, processos bem definidos e monitoramento constante.

A Distribuir Higiene oferece soluções completas para o controle da biocarga, como a execução do teste de ATP no local, garantindo que os processos de higienização estejam realmente eficazes com produtos hospitalares testados, suporte técnico e atendimento especializado para instituições de saúde. Fonte:https://www.gov.br/anvisa/pt-br/centraisdeconteudo/publicacoes/servicosdesaude/publicacoes/manual-de-limpeza-e-desinfeccao-de-superficies.pdf