Entre as principais causas de IRAS (Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde) estão a falta de higienização das mãos, uso indiscriminado de antibióticos, quebra de protocolos assistenciais e contaminações ambientais.
Você sabia que o simples hábito de higiene das mãos pode ajudar na prevenção das IRAS (Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde) ?
O ambiente hospitalar é um espaço de cuidado e assistência a pessoas com saúde debilitada e por isso, um ambiente extremamente delicado.
Devido ao estado de saúde, as pessoas estão mais suscetíveis a contrair doenças e infecções ou IRAS, afinal o ambiente hospitalar é repleto de microrganismos e agentes patógenos como vírus e bactérias causadores de graves doenças.
Neste artigo, vamos falar sobre as principais causas das IRAS e como preveni-las.
Você é gestor da área da saúde?
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O que são as IRAS (Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde)?
As Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde – IRAS – são definidas como infecções adquiridas durante o processo de cuidado em um hospital ou outra unidade prestadora de assistência à saúde, que não estavam presentes ou em incubação na admissão do paciente.
São originadas a partir da interação do paciente com os profissionais da saúde em situações como internação, cirurgias, procedimento de ambulatório, cuidados domiciliares e podem se manifestar inclusive pós alta.
Além disso, as IRAS incluem as infecções ocupacionais adquiridas pelos profissionais de saúde. A maioria destas infecções costumam ser tratadas com certa facilidade. Entretanto, quanto afetam pacientes vulneráveis podem acometer seriamente sua saúde.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 234 milhões de pacientes são submetidos a procedimentos cirúrgicos por ano em todo o mundo e, destes, um milhão vai a óbito em razão de eventos adversos graves, como uma infecção hospitalar.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as IRAS estão entre as maiores causas de morte e aumento da morbidade entre os pacientes hospitalizados. A cada 100 pacientes internados, estima-se que pelo menos sete em países desenvolvidos e 10 em países em desenvolvimento irão adquirir IRAS.
As IRAS mais frequentemente encontradas nos hospitais são:
- (ISC) Infecção de Sitio Cirúrgico
- Pneumonias
- (ITU) Infecção de Trato Urinário
- (IPCS) Infecção da Corrente Sanguínea
A Associação Nacional de Biossegurança (ANBIO), menciona que o problema atinge 1 em cada 5 pacientes internados, gerando custos de até R$15 bilhões por ano.
O que causam as IRAS?
Entre as principais causas de IRAS estão a falta de higienização das mãos, uso indiscriminado de antibióticos, quebra de protocolos assistenciais e contaminações ambientais.
No Brasil, a OMS estima que entre 16 a 37 pessoas contraem infecções a cada 1.000 pacientes atendidos. Estimativas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), apontam que a taxa média de infecção hospitalar é de 9%, com uma letalidade de 14,35%.
Um ponto de partida importante é conhecer o período de incubação do agente etiológico e se não há evidencia de infecção hospitalar no momento da internação. Convencionalmente, as IRAS manifestam-se dentre de um período de até 72h após a admissão do paciente.
No intuito de prevenir e controlar infecções hospitalar se faz necessária a identificação dos pontos de contaminação e, portanto, atuar na quebra dos elos dessa cadeia de transmissão.
Como ocorre a contaminação?
Desta forma, a identificação do AGENTE INFECCIOSO (bactéria, vírus, fungo, parasita, etc.) é elo inicial desta corrente.
Estes microrganismos ficam escondidos em uma FONTE DE INFECÇÃO que pode ser um depositório humano ou daquele ambiente e que acaba encontrando uma PORTA DE SAÍDA.
Por meio de um MECANISMO DE TRANSMISSÃO (contato, vias aéreas ou gotículas) essas IRAS entram o corpo do paciente via mucosas, trato gastrointestinal, urinário, respiratório ou pele e ali encontram um HOSPEDEIRO SUCETÍVEL.
Esses microrganismos podem chegar até o paciente por vias endógenas (originárias do próprio individuo) ou exógenas (fontes externas).
Portanto, é de fundamental importância que seja identificado o tipo de IRA para que o serviço de controle de infecção hospitalar possa entrar em ação, implementando medidas de controle e prevenção.
Desta forma, a prevenção é a melhor aliada na prevenção das IRAS. A media mais eficiente é a prática de higienização das mãos de forma correta e com produtos registrados na ANVISA e que apresentam laudos de eficiência e segurança.
As Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS), também conhecida como infecção hospitalar, são uma das principais preocupações dos gestores de saúde e sinalizam um grave problema de saúde pública, pois aumentam significativamente a morbidade, a mortalidade e os custos gerais em ambientes de saúde.
Portanto, obedecer aos protocolos estabelecidos pela OMS não significa aumento do custo de compra de produtos e equipamentos por parte dos estabelecimentos de saúde.
Pelo contrário, protocolos eficazes reduzem custos, pois diminuem o desperdício de produtos a partir do uso de dispenses inteligentes, por exemplo, e criam consciência através de treinamento qualificado. Disponibilizar comunicação visual como cartazes com orientações também ajuda neste processo.
As IRAS também contribuem negativamente em outros aspectos para os ambientes de saúde:
- Aumentando o tempo de permanência dos pacientes no ambiente hospitalar;
- Elevando a taxa de morbimortalidade;
- Impactando e aumentando os custos;
- Além do risco sobre indenizações, em casos onde há provas contra a instituição.
Como as Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIRAS ou CCIH) devem atuar na prevenção das IRAS?
O CCIH é um órgão de assessoria à autoridade maior das instituições de saúde e tem como finalidade a elaboração, execução e avaliação das ações de prevenção e controle de infecção hospitalar (IRAS).
De acordo com a portaria do Ministério da Saúde, nº 2616, de 12 de maio de 1998, é exigida a criação de uma Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) para que os hospitais coloquem em prática as ações do PCIH (Programa de Controle de Infecções Hospitalares).
Somente profissionais da saúde com nível superior podem ser integrantes da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar. A CCIH deve ser composta por membros consultores e executores.
Na categoria consultores, os integrantes representam e coordenam os métodos de prevenção de controle de infecção hospitalar dos serviços médicos, de enfermagem, de farmácia, de administração e laboratório de microbiologia.
Já os executores da CCIH realizam as ações do PCIH. É importante que um dos membros executores seja um enfermeiro.
Quais as principais atribuições da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar?
Elaborar, planejar, executar, manter e avaliar o Programa de Controle de Infecção Hospitalar, por meio das seguintes ações:
- Obedecer a todas as normas estabelecidas pela ANVISA;
- Implantar um Sistema de Vigilância Epidemiológica das Infecções Hospitalares;
- Criar um manual de normas e condutas que devem ser implantadas e seguidas por toda equipe hospitalar;
- Supervisionar as rotinas operacionais;
- Promover constantemente treinamento, capacitação e ações de orientação da equipe médico-hospitalar sobre prevenção e controle das infecções hospitalares;
- Usar adequadamente antimicrobianos, germicidas e qualquer outro produto químico;
- Avaliar e supervisionar as ações realizadas pelos membros executores;
- Divulgar para toda a instituição hospitalar as ações e normas para controle e prevenção das infecções hospitalares;
- Estabelecer um plano de contingência em caso de infecção detectada.
O Programa de Controle de Infecção Hospitalar deve ser contemplado com diversas ações e rotinas de prevenção, como exemplo, a higienização correta das mãos.
Qual o papel do gestor hospitalar na prevenção e combate às IRAS?
O gestor hospitalar desempenha um papel fundamental na prevenção das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS). As IRAS são infecções que ocorrem durante a prestação de cuidados de saúde, incluindo as adquiridas em hospitais, clínicas e outros locais de atendimento médico.
Algumas das medidas que o gestor hospitalar pode tomar para prevenir as IRAS incluem:
- Garantir a adesão rigorosa à higiene das mãos por parte dos profissionais de saúde, pacientes e visitantes.
- Implementar e monitorar o uso apropriado de equipamentos de proteção individual, como luvas, aventais e máscaras.
- Realizar a limpeza e desinfecção adequadas das instalações e equipamentos, incluindo superfícies, utensílios, roupas de cama, toalhas e instrumentos médicos.
- Promover a prática de técnicas assépticas durante procedimentos invasivos, como cirurgias e inserção de cateteres.
- Fomentar a cultura de notificação e investigação de eventos adversos relacionados à assistência à saúde, incluindo as IRAS.
- Monitorar os indicadores de desempenho relacionados às IRAS, como taxas de infecção por sítio cirúrgico, infecções associadas a dispositivos médicos e infecções por bactérias multirresistentes.
- Estabelecer programas de treinamento e capacitação para os profissionais de saúde e outros funcionários, para promover a adesão às boas práticas de prevenção das IRAS.
Dessa forma, o gestor hospitalar tem um papel crucial na prevenção das IRAS, contribuindo para a melhoria da qualidade da assistência à saúde e a segurança do paciente.
Qual o papel da limpeza na prevenção das IRAS?
Dentre as práticas de prevenção e controle de IRAS, a limpeza e desinfecção do ambiente precisa ser valorizada. É essencial que hospitais tenham e apliquem os protocolos adequados voltados para cuidados ambientais e trabalho em equipe. Desta forma, é possível atingir com sucesso o controle e redução das IRAS.
Portanto, é evidente que quanto maior o controle e conscientização sobre as IRAS e protocolos de limpeza e desinfecção do ambiente hospitalar sejam seguidos, maiores as chances de redução dos casos das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde.
Desde os anos 80 muita coisa mudou nos processos de limpeza hospitalar. Antes, os desinfetantes eram superestimados. Hoje, sabemos que a higiene das mãos é o principal meio de contágio das IRAS.
Dessa forma, os serviços de higienização hospitalar são fundamentais no preparo do ambiente para as atividades com o próximo paciente, mantendo a ordem e conservando equipamentos e instalações e, principalmente, evitando a disseminação e infecção cruzada de microrganismos responsáveis pelas IRAS.
Na literatura, existem muitos estudos que mostram que não é apenas a equipe de enfermagem que deve estar ciente sobre limpeza e desinfecção das mãos, mas todos os profissionais envolvidos nas atividades da instituição, desde o administrativo até os participantes diretos na assistência ao paciente.
Afinal, todos os profissionais devem estar engajados e munidos de informação e produtos adequados para cada uma de suas funções.
Também é importante que o gestor de casa setor tenha conhecimento sobre a legislação vigente que orienta sobre as boas práticas de controle das IRAS, além de conhecer a estrutura e finalidade dos serviços propostos e executar as técnicas de higienização e desinfecção corretamente.
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Higiene das mãos: a melhor forma de prevenção das IRAS
A OMS recomenda que a lavagem das mãos deve ocorrer em cinco situações dentro dos serviços de saúde, para evitar infecções hospitalares, ou IRAS:
Antes do contato com o paciente;
Antes da realização de procedimento asséptico;
Após a exposição a fluídos corpóreos;
Após contato com o paciente;
Após contato com o ambiente próximo ao paciente.
No controle das infecções hospitalares (ou IRAS), a necessidade da higienização das mãos é reconhecida também pela ANVISA, que inclui recomendações para esta prática no Anexo IV da Portaria 2616/98 do Ministério da Saúde e em vários materiais, mais atualizados, traduzidos da OMS, que se referem ao uso de estratégias multimodais para aumentar a adesão à higiene de mãos.
O Programa de Controle de Infecções Hospitalares e suas causas nos estabelecimentos de assistência à saúde no País estabelece que:
- A Lavagem das mãos é a fricção manual vigorosa de toda a superfície das mãos e punhos, utilizando-se sabão/detergente, seguida de enxágue abundante em água corrente.
- A lavagem das mãos é, isoladamente, a ação mais importante para a prevenção e controle das infecções hospitalares.
- O uso de luvas não dispensa a lavagem das mãos antes e após contatos que envolvam mucosas, sangue e outros fluidos corpóreos, secreções ou excreções.
- A lavagem das mãos deve ser realizada tantas vezes quanto necessária, durante a assistência a um único paciente, sempre que envolver contato com diversos sítios corporais, entre cada uma das atividades.
- A lavagem e antissepsia cirúrgica das mãos é realizada sempre antes dos procedimentos cirúrgicos.
A decisão para a lavagem das mãos com uso de antisséptico deve considerar o tipo de contato, o grau de contaminação, as condições do paciente e o procedimento a ser realizado.
A lavagem das mãos com antisséptico é recomendada em casos como:
- realização de procedimentos invasivos;
- prestação de cuidados a pacientes críticos;
- contato direto com feridas e/ou dispositivos invasivos, tais como cateteres e drenos.
Quando se realiza a aplicação de produtos antissépticos, com base alcoólica como o álcool gel, a redução de microrganismos presentes nas mãos pode ser ainda maior.
O resultado é o melhor poder de redução de microrganismos, menor irritação das mãos, maior facilidade no processo (produto próximo ao uso, dispensa pia) e, portanto, menor transmissão cruzada e incidência de infecções hospitalares.
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Por isso, oferecer produtos adequados para higiene de mãos é uma prática recomendada que intensifica a redução microbiana e estimula a melhor adesão ao procedimento tanto nos ambientes clínicos como hospitalares, evitando Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde, as IRAS.
Conclusão
O uso de recursos adequados garantirá a eficácia dos procedimentos e a segurança das pessoas que têm contato direto ou que circulam por ambientes hospitalares, evitando a disseminação das IRAS.
É essencial a orientação sobre procedimentos adequados de limpeza e desinfecção ambiental que devem estar embasados em recomendações da ANVISA (legislação pertinente) e outras instituições nacionais e internacionais como WHO/OMS, Centers for Diseases Control/CDC, APECIH, e outras.
Portanto, envolver toda a equipe de profissionais do hospital nas práticas de higiene e na conscientização sobre a importância de atos isolados e coletivos de limpeza e oferecer os recursos necessários é fundamental para que haja uma cultura consolidada de preocupação com a saúde e o bem-estar no ambiente de assistência médica, controlando as IRAS de forma inteligente e eficiente.
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Fonte:
World Health Organization. Health care without avoidable infections: The critical role of infection prevention and control. Disponível em: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/246235/1/WHO-HIS-SDS-2016.10-eng.pdf?ua=1. [Acesso em 06/09/2016].
Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Assistência Segura: Uma Reflexão Teórica Aplicada à Prática. Disponível em: http://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/images/documentos/livros/Livro1-Assistencia_Segura.pdf [Acesso em 06/09/2016].
https://www.abih.net.br/news-abih/o-que-e-ccih-/1154
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/1998/prt2616_12_05_1998.html