Os desinfetantes hospitalares são formulados com ativos para combaterem as infecções e a proliferação de bactérias em ambientes hospitalares. Desta forma, estes produtos realizam a desinfecção de superfícies e áreas de acordo com o nível crítico e normas da ANVISA.
A higiene e limpeza ambiental é um dos pilares da prevenção e controle de infecções relacionadas a assistência à saúde. E os ambientes de saúde como clínicas, hospitais, laboratórios e ambulatórios são dependentes de protocolos aplicados corretamente visando proteger a saúde de pacientes e funcionários.
A resistência microbiana é um problema de magnitude global que atinge tanto o ambiente hospitalar, quanto a comunidade (OPAS, 2009; ECDC, 2010; WHO, 2014). Infecções causadas por MR aumentam o tempo de internação, a mortalidade e os custos da assistência (WHO, 2012; WHO, 2014). Esses problemas podem ser evitados com processos de limpeza e uso adequado de desinfetantes hospitalares.
As rotinas de limpeza e desinfecção ambiental são ferramentas indispensáveis para a prevenção da disseminação de MR no ambiente hospitalar. Assim, é pertinente a elaboração de um documento elencando as melhores práticas quanto à limpeza e desinfecção ambiental.
Neste artigo, vamos falar sobre os principais pontos a serem considerados quando falamos em limpeza hospitalar, áreas e principalmente, quais os produtos mais indicados para este processo.
Vamos lá?
Ambiente e risco para transmissão de microrganismos
As Infecções Relacionadas à Assistência em Saúde (IRAS) ocupam o ranking dos principais problemas de saúde pública. Esse agravo inclui a permanência prolongada em hospitais, custos elevados e mortalidade adicional.
Estima-se que a fonte desses agentes patogênicos causadores de IRAS em unidades críticas seja 40-60% proveniente da microbiota endógena do paciente, 20-40% relacionada à transmissão cruzada por meio das mãos de profissionais de saúde, 20-25% alterações na microbiota induzidas por antibióticos e 20% relacionada a outras fontes incluindo a contaminação do ambiente (Rutala et al., 2013).
Sabe-se que as superfícies dos quartos de pacientes colonizados ou infectados são frequentemente contaminadas com microrganismos. Esses agentes sobrevivem por longos períodos em superfícies, favorecendo a contaminação das mãos e/ou luvas dos profissionais de saúde. Sendo assim, a frequência com que a superfície dos quartos é contaminada correlaciona-se com a frequência de contaminação das mãos e / ou luvas da equipe de saúde (Rutala et al., 2013).
Classificação das áreas segundo o risco potencial de transmissão de patógenos
A classificação convencional das áreas das unidades de saúde considera a relação entre o risco de transmissão mediante as atividades desenvolvidas em cada setor. Esse método, permite a implementação de estratégias a fim de evitar a disseminação de infecções, além de otimizar a elaboração dos processos de limpeza e desinfecção. Desse modo, as áreas têm sido definidas de acordo com o risco potencial de transmissão de infecções, sendo classificadas em críticas, semicríticas e não-críticas.
Áreas Críticas: caracterizadas por ambientes onde o risco de transmissão de infecção é aumentado, locais onde se realizam procedimentos de risco com grande manuseio de matéria orgânica ou onde se encontram pacientes clinicamente críticos ou imunodeprimidos.
São exemplos dessa área: Centro Cirúrgico (CC), Centro Obstétrico (CO), Unidade de Terapia Intensiva (UTI), Unidade de Diálise, Laboratório de Análises Clínicas, Banco de Sangue, Setor de Hemodinâmica, Unidade de Transplante, Unidade de Queimados, Unidades de Isolamento, Berçário de Alto Risco, Central de Material e Esterilização (CME), Lactário, Serviço de Nutrição e Dietética (SND), Farmácia e Área suja da Lavanderia.
Áreas Semicríticas: ambientes ocupados por pacientes com doenças infecciosas de baixa transmissibilidade e doenças não infecciosas, assim como enfermarias e apartamentos, ambulatórios, banheiros, posto de enfermagem, elevador e corredores. Áreas Não Críticas: consistem nos demais compartimentos das unidades assistenciais de saúde que não são ocupados por pacientes, nos quais não se realizam procedimentos de risco. Exemplos desse tipo de área: vestiário, copa, áreas administrativas, almoxarifados, secretaria, sala de costura (ANVISA,2012).
Alternativamente, uma outra forma de classificação considera de maneira mais detalhada os riscos envolvidos no manejo de cada superfície. Esta classificação foi proposta pelo Centers for Diseases Control (CDC, 2003) para as superfícies ambientais, dividindo-as em: superfícies de equipamentos médicos (aparelho de raio x, tomografia) e superfícies gerais (“housekeeping”). Por sua vez, estas superfícies são também subclassificadas em: baixo contato com as mãos (pisos, tetos) ou alto contato com as mãos (maçanetas, tomadas de luz, grades de camas).
Esta forma de classificação racionaliza os esforços de limpeza e contribui na definição da frequência e do tipo de limpeza.
Portanto, equipamentos médicos e superfícies gerais que tem alto contato com as mãos devem ser limpos e desinfetados com maior frequência, pois representam maior risco de transmissão de patógenos no ambiente hospitalar (CDC, 2003).
Como evitar a contaminação?
As medidas de precauções padrão e específicas segundo o modo de transmissão representam um dos componentes mais importantes dentre as estratégias para controle de infecção (Bénet et al., 2017). Considerando o potencial dos agentes patogênicos de se proliferarem e persistirem em superfícies e equipamentos por diferentes períodos de tempo, entende-se a importância dos cuidados no processo de limpeza e desinfecção do ambiente, de modo a subsidiar o controle de infecções no hospital (Dancer, 2011).
A frequência de limpeza e desinfecção de itens ou superfícies individuais em uma determinada área ou setor irá depender do risco clínico do paciente, riscos do ambiente e características da superfície (Dancer, 2014).
Segundo recomendações Centers for Disease Control and Prevention (CDC) alguns cuidados devem ser tomados no processo de limpeza do ambiente de pacientes em precaução e isolamento.
Dentre esses estão:
- Profissionais de higiene devem estar devidamente paramentados com equipamentos de proteção individual considerando as precauções padrão e de acordo com o tipo de precaução específica durante todos os processos de limpeza/desinfecção.
- Deve-se estabelecer um protocolo específico de limpeza, incluindo a padronização de produtos para controle da contaminação do ambiente por patógenos específicos. Exemplo: MRSA, Clostridium difficile.
- Atenção maior deve ser dada para limpeza de superfícies de alto contato com as mãos.
- Deve-se assegurar que a equipe de limpeza realize os procedimentos de limpeza e desinfecção em conformidade com os protocolos estabelecidos.
- Os desinfetantes devem ser apropriados para superfície a ser desinfetada, considerando o espectro contra microrganismos e deve-se seguir as instruções do fabricante.
- Utilizar produtos à base de hipoclorito para desinfecção de superfícies ambientais nas áreas de cuidados aos pacientes que indiquem transmissão contínua por Clostridium difficile.
Como elaborar o planejamento de higiene hospitalar?
Superfícies ambientais são frequentemente contaminadas por comuns agentes causais de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS).
Desse modo, é fundamental garantir limpeza e desinfecção adequada de superfícies ambientais com vistas à redução do risco da disseminação de patógenos entre pacientes, visitantes e profissionais de saúde. Entretanto, garantir a qualidade da limpeza no ambiente hospitalar envolve a disponibilidade de recursos, estrutura e rotinas detalhadas, bem como, adequada capacitação da equipe e ferramentas voltadas ao monitoramento dos processos e resultados.
O primeiro passo a ser dado em direção à garantia de padrões de higiene é o planejamento e estruturação dos serviços. Para tanto, é necessário definir responsabilidades e funções, tanto no que se refere ao suporte necessário ao serviço de higiene, quanto à operação propriamente dita. É importante que um plano de limpeza seja descrito pelo SHL, validado pelo SCIH e aprovado pela alta gestão, bem como, que esteja disponível para consulta.
O plano operacional de limpeza deve contemplar o mapeamento das áreas quanto ao risco para disseminação de microrganismos, a definição do que deve ser limpo, quem deve realizar a higienização, localização dos itens/áreas, frequência e método de limpeza, de acordo com a disponibilidade de pessoal.
Ainda outros aspectos importantes dizem respeito à qualificação da equipe, ao monitoramento da qualidade do serviço prestado e ao planejamento de ações para melhorias futuras e readequação do plano caso seja necessário.
O plano operacional de limpeza irá promover a confiança entre pacientes, usuários e colaboradores de serviços de serviços de saúde quanto à garantia da higiene das instalações, além de assegurar boas práticas de prevenção e controle de infecção.
Processos e produtos utilizados na higiene hospitalar
A seleção dos saneantes está diretamente relacionada aos equipamentos e métodos de limpeza padronizados, bem como às características das superfícies a serem limpas e/ou desinfetadas. Saneantes são substâncias ou preparações destinadas à aplicação em objetos, tecidos, superfícies inanimadas e ambientes, com finalidade de limpeza e afins, desinfecção, desinfestação, sanitização, desodorização e odorização, além de desinfecção de água para o consumo humano, hortifrutícolas e piscinas (ANVISA, 2010). Dentre os principais produtos utilizados na higienização de hospitais, classificados como saneantes, temos os detergentes e os desinfetantes.
Cabe destacar que a padronização desses produtos deverá ser realizada em parceria com o SCIH, respeitando a legislação vigente. Após a seleção dos produtos é necessário verificar se o produto está de acordo com a legislação no que se refere à existência de registro ou notificação. Produtos que apresentem pH na forma pura menor ou igual a 2 ou maior ou igual a 11,5, que sejam corrosivos, tenham atividade antimicrobiana, ação desinfetante, sejam à base de microrganismos viáveis ou contenham ácidos inorgânicos na sua fórmula (fluorídrico (HF), nítrico (HNO3), sulfúrico (H2SO4)) ou sais que os liberem durante o uso necessitam de registro, enquanto os demais produtos necessitam apenas de notificação junto à Anvisa. Assim, os documentos a serem exigidos para a padronização de saneantes são registro ou notificação junto à ANVISA, Ficha de Informação de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ) e para produtos com atividade antimicrobiana, laudos dos testes de eficácia e laudo técnico (ANVISA, 2010).
A legislação que regulamenta os saneantes no Brasil inclui a Lei nº 6.360, de 23 de setembro de 1976, a Resolução da Diretoria Colegiada – RDC da Anvisa nº 59, de 17 de dezembro de 2010, RDC 40, de 05 de junho de 2008, e a RDC nº 14, de 28 de fevereiro de 2007. Desinfetantes de alto nível e de nível intermediário, assim como esterilizantes, são regulamentados conforme disposição da RDC 35, de 16 de agosto de 2010.
O saneante ideal é aquele que apresenta menor risco de danos às superfícies e equipamentos, menor toxicidade e que seja de fácil utilização. No que tange os desinfetantes, além destes fatores deve-se considerar a manutenção da atividade antimicrobiana frente à matéria orgânica, bem como sua compatibilidade com água, detergentes e outros saneantes (CDC,2003; Anvisa,2012, Australia, 2017).
Durante o processo de aquisição de saneantes hospitalares, é importante que seja solicitado aos fornecedores ou fabricantes, documentos como, o registro do produto junto à Anvisa, a ficha técnica ou catálogo e a Ficha de Informação de Segurança para Produtos Químicos (FISPQ). Tais documentos deverão passar pela análise dos profissionais envolvidos na padronização produtos, gestores e usuários.
Técnicas de limpeza incorretas ou inadequadas podem disseminar microrganismos ao invés de removê-los da superfície. A limpeza envolve a inspeção, o planejamento, a limpeza, propriamente dita, a secagem e a avaliação, devendo considerar as seguintes orientações (CDC, 2003, Australia, 2012; Anvisa 2012; Ling et al., 2015, Australia 2017; Dancer e Kramer,2018):
- O fluxo de limpeza das áreas mais limpas para sujas e das mais altas as mais baixas.
- Movimentos únicos, do fundo para frente e de dentro para fora do ambiente.
- Sinalização de corredores e áreas de circulação durante o processo de limpeza, dividindo a área em local de livre trânsito e de impedimento.
- O carro funcional deve estar completo, conforme padronização estabelecida.
- Luvas, panos e baldes devem ter cores diferenciadas e padronizadas para cada tipo e local de procedimento.
- Técnicas de varredura não devem dispersar poeira, para tanto, recomenda-se a utilização de mop ou pano úmido.
- Ao usar panos e sistema de balde, os panos limpos não devem ser misturados com os sujos ou em uso e deve-se utilizar toda a superfície do tecido. Um balde deve conter o saneante e o outro a água para enxague. As soluções devem ser descartadas após a limpeza de cada ambiente.
Porque o Peroxy 4D é indicado como desinfetante hospitalar?
Desinfetantes convencionais atendem superfícies fixas. Já os desinfetantes hospitalares, em sua maioria, atendem a limpeza de artigos não críticos e superfícies fixas. Já o Peroxy 4D da Spartan, atende aos artigos semicríticos, artigos não críticos e superfícies fixas. Apenas 1 produto é capaz de desinfetar diversas superfícies e ambientes.
A formulação deste desinfetante hospitalar contém 2 ativos principais: o Quaternário de Amônio e o Peróxido de Hidrogênio.
O quaternário de amônia tem uma atividade desinfetante hospitalar potente, que age por destruição das proteínas dos microrganismos, ou seja, tem a capacidade de agir e dizimar a membrana plasmática ou parede celular bacteriana.
Já falamos anteriormente neste artigo sobre a ação do Peróxido de Hidrogênio em processos de limpeza e desinfecção, inclusive em ambientes hospitalares.
De forma geral, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças, o peróxido de hidrogênio possui eficácia germicida e usos potenciais em ambientes de assistência a saúde, ou seja, asseguram sua atividade germicida, além disso, comprovam suas propriedades bactericidas, virucidas, esporicidas e fungicidas.
O Peroxy 4D limpa, desinfeta, alveja e elimina maus odores no ambiente hospitalar
Indicado para superfícies fixas, como monitores, janelas e macas. Artigos não críticos como termômetros, estetoscópio e esfigmomanômetro, além de materiais de inaloterapia.
Possui ainda ação residual bacteriostática por até 72h e 18 laudos de eficácia: bactericida, fungicida, tuverculicida, virucida e espocirida, com destaque na eliminação da SARS-COV- 2 e da Candida auris, fungo emergente que representa uma grave ameaça à saúde global.
A Distribuir Higiene oferece uma consultoria especializada para facilitar a implementação dos químicos na rotina de limpeza, além do auxílio em todos os processos de adaptação das equipes de limpeza, sanando todas as dúvidas e ensinando as melhores práticas.
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Fonte: Cartilha Melhores práticas para higiene e limpeza de ambiente hospitalar
Governo do Estado de São Paulo – 2019